Meu caro amigo,
Esses dias eu fui à papelaria e me lembrei de você: vi que o preço do papel reciclado é mais caro que o convencional. Engraçado mesmo foi receber, uma semana depois, um texto de Juliana Tavares falando de tecnologia social.
Quando se trata de tecnologia social é preciso avaliar como está sendo conduzido, pois, como você bem sabe, trata-se da aplicação de técnicas alternativas, adequadas a uma realidade, com o objetivo de auxiliar a comunidade à alcançar seu desenvolvimento sócio-econômico, e aqui no Brasil estou observando um caráter assistencialista, o que fere a premissa da sustentabilidade. Na verdade tanto grandes corporações como o governo têm agido assim apenas para alcançar um status ou criar “slogans” de “empresa amiga”, “Brasil um pais de todos”. Infelizmente não tem sido para todos.
Seria tendencioso dizer que nada é feito, pois é mentira. O soro caseiro, desenvolvido pela Pastoral da Criança, vem sem sombra de dúvida, salvando muitas crianças no Brasil e no mundo. A Produção Agroecológica e Integrada e Sustentável (PAIS) ajuda várias famílias a cultivarem hortas e criação de pequenos animais não só para a subsistência, mas também gerando renda.
Porém, o país possui um grande entrave, a falta de uma “infra-estrutura sócio-cultural”. As Universidades, que são as grandes incubadoras do conhecimento, não recebem incentivos e formação do governo para articular com a comunidade, que está inserida, descobrir e aproveitar a sua identidade cultural com o intuito de construir um projeto que ofereça trabalho e geração de renda. Por sua vez, os universitários recebem seus diplomas e se tornam profissionais que não sabem como se envolverem com sua comunidade para desenvolver meios sustentáveis para seu crescimento e o crescimento da própria comunidade, surge então um ciclo vicioso da pobreza sócio-cultural, na qual a universidade não forma e os profissionais não sabem buscar, neste contexto cria-se um abismo entre o conhecimento e a comunidade que tem o poder da ação.
Dizer que o governo brasileiro não investe também seria mentira. Mas os recursos são pulverizados em diversas ações, quando poderíamos ter melhores resultados com uma vetorização destes recursos, que não são poucos. E o resultado é uma política assistencialista que pulveriza água sobre uma frigideira quente, sem criar um ciclo auto-sustentável. A preocupação maior é de criar “projetos pilotos” para mostrar a vocês de Oxford.
Fica a esperança de um dia tornarmos esse país auto-sustentável, e que reciclar, aproveitar, reutilizar, repensar, não sejam mais artigos de luxo.
PS: O Francis aproveita pra também mandar lembranças a todo pessoal, adeus...
Esses dias eu fui à papelaria e me lembrei de você: vi que o preço do papel reciclado é mais caro que o convencional. Engraçado mesmo foi receber, uma semana depois, um texto de Juliana Tavares falando de tecnologia social.
Quando se trata de tecnologia social é preciso avaliar como está sendo conduzido, pois, como você bem sabe, trata-se da aplicação de técnicas alternativas, adequadas a uma realidade, com o objetivo de auxiliar a comunidade à alcançar seu desenvolvimento sócio-econômico, e aqui no Brasil estou observando um caráter assistencialista, o que fere a premissa da sustentabilidade. Na verdade tanto grandes corporações como o governo têm agido assim apenas para alcançar um status ou criar “slogans” de “empresa amiga”, “Brasil um pais de todos”. Infelizmente não tem sido para todos.
Seria tendencioso dizer que nada é feito, pois é mentira. O soro caseiro, desenvolvido pela Pastoral da Criança, vem sem sombra de dúvida, salvando muitas crianças no Brasil e no mundo. A Produção Agroecológica e Integrada e Sustentável (PAIS) ajuda várias famílias a cultivarem hortas e criação de pequenos animais não só para a subsistência, mas também gerando renda.
Porém, o país possui um grande entrave, a falta de uma “infra-estrutura sócio-cultural”. As Universidades, que são as grandes incubadoras do conhecimento, não recebem incentivos e formação do governo para articular com a comunidade, que está inserida, descobrir e aproveitar a sua identidade cultural com o intuito de construir um projeto que ofereça trabalho e geração de renda. Por sua vez, os universitários recebem seus diplomas e se tornam profissionais que não sabem como se envolverem com sua comunidade para desenvolver meios sustentáveis para seu crescimento e o crescimento da própria comunidade, surge então um ciclo vicioso da pobreza sócio-cultural, na qual a universidade não forma e os profissionais não sabem buscar, neste contexto cria-se um abismo entre o conhecimento e a comunidade que tem o poder da ação.
Dizer que o governo brasileiro não investe também seria mentira. Mas os recursos são pulverizados em diversas ações, quando poderíamos ter melhores resultados com uma vetorização destes recursos, que não são poucos. E o resultado é uma política assistencialista que pulveriza água sobre uma frigideira quente, sem criar um ciclo auto-sustentável. A preocupação maior é de criar “projetos pilotos” para mostrar a vocês de Oxford.
Fica a esperança de um dia tornarmos esse país auto-sustentável, e que reciclar, aproveitar, reutilizar, repensar, não sejam mais artigos de luxo.
PS: O Francis aproveita pra também mandar lembranças a todo pessoal, adeus...
Um comentário:
"puxa, puxa, repuxa", como diria o meu amigo Junior, do seriado Có-có-ri-có.
O ciclo de sustentação esta cada dia mais insustentavel visto a politica de luxos privativos e altamente pessoais/consumistas...
E surge a velha pergunta: Qual o motivo que eu compro um PAPEL HIGIENICO DUPLA FACE?
VLW
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